Literatura francesa






Bola de Sebo e outros contos:




O escritor francês Guy de Maupassant expôs vários visões da prostituição no século XIX em seus contos. As mulheres dele possuem diversos tipos, rostos, condições financeiras e culturais.
No conto Yvette encantamo-nos com a jovem volúvel e surpreendentemente inocente. Por que não inocente? Essa é a grande grave do conto, pois sabemos sobre a bela moça, a princípio, através da narração do rico Jean de Servigny. Ele mostra uma Yvette linda e que usa bem de sua condição de donzela para enlouquecer seus diversos pretendentes.
O narrador acha-se o preferido e o provável deflorador dela. Não existem intenções românticas por parte de Servigny, há apenas um jogo comandado pela esperta Marquesa Obardi. Ela é cafetina, prostituta de luxo e para os dissabores de Yvette sua mãe.Todavia, a mãe da moça é antes de tudo uma mulher apaixonada e sonhadora.
Ela ama seus homens e é indiferente ao futuro da filha. Na verdade, Madame Obardi pouco se importa ou incomoda-se com o fato de Yvette ser cortejada pelos homens e viver naquele ambiente pouco respeitável pela sociedade.
Ao contrário do que Servigny inicialmente supôs, Yvette não é assim tão sabida e tão pouco manipuladora. Defrontada com a realidade que a espera Yvette sucumbe. Há a impossibilidade de um romance que a leve ao casamento. Apesar de sua virgindade e mesmo ignorância diante dos fatos que a cercam, a prostituição é o futuro que a espera. Tal destino se impõem.
A bela, mas pobre mãe desejou uma vida melhor e a obteve na prostituição de luxo. Quando enveredou por tal caminho condenou Yvette de antemão. Servigny mesmo compreendendo o desgosto da moça, é firme. A ela o seu amor é oferecido, não o casamento. Neste conto estão as causas que levam mãe e posteriormente filha a prostituição. Apesar de viverem luxuosamente estão a margem da alta sociedade da qual fazem parte seus clientes.
Yvette vive numa realidade artificial onde todos tem títulos de nobreza, mas a vida na verdadeira alta sociedade é impossível.
A alta sociedade francesa é o pano de fundo para uma maravilhosa história onde a prostituição aparece de forma sutil e singular. Ricos amigos se divertem ao que o orador da noite, o vivaz e curioso José de Bardon começa a narrar uma de suas histórias. Uma aventura amorosa incomum se descortina. Ao visitar o túmulo de um antigo amor o narrador encontra uma encantadora viúva.
A mulher vestida de um luto pesado parece sentir muito a perda do marido, morto meses antes. Inconsolável, a mulher desfalece e Bardon tem que ampará-la até em casa onde ouve sua triste história. Deste modo começa uma fugaz história de amor, mas inesquecível para ele. Recordando sempre a história de amor com a viúva e supondo um encontro Bardon volve ao cemitério.A mulher vindo de outra parte do cemitério não quer que ele a reconheça, porque desta vez é amparada por outro homem. O narrador se depara com uma nova categoria de prostitutas e a ideia original da mulher o intriga .
O que teria a motivado e, supondo que a falsa viúva não estivesse só no ofício, classificado as mulheres que pescam homens nos cemitérios como as tumulares. A prostituição também aparece de forma perspicaz em O sinal. O gentil movimento de cabeça aguça a imaginação da baronesa que observa a nova vizinha de janela. O sinal revela que a vizinha é uma prostituta se insinuando os transeuntes.
A baroneza que gosta de apreciar o movimento da rua encanta-se com aquela singularidade. Percebe que a janela onde ela repousa os cotovelos para tranquilamente observar a rua pode indicar uma situação ousada, sedutora e ao mesmo tempo terrível. Afinal, totalmente contrária ao seu universo, é tentada a fazer o mesmo. A baronesa analisa os homens que passam e quer sondar o poder de sedução daquele ato.
Cisma se a tomarão por uma prostituta, ela que se considera um outro modelo de mulher. O fato de uma prostituta se diferenciar apenas por um delicado sinal com a cabeça a intriga . Depois de estudar o olhar ela tenta, depois do flerte o passante acha que pode subir a sua casa. Ela pensa na explicites da situação por trás do gesto. Em segundos apavora-se ao lembrar-se do marido, no que pensarão os criados ao ver o estranho e na ameaça que aquilo representa a sua condição social de nobreza.
Diante do homem estúpido e insistente que acredita tratar com uma prostituta, a baronesa vê-se sem saída e submete-se a farsa até o fim. A consequência desagradável do ato, porém é o ínfimo valor depositado pelo homem e que é pago a prostitutas que pescam homens à janela. Ela sente-se ultrajada, aborrecida, pois todo o glamour de sua casa e condição social foram reduzidos a dois luíses.
Ao final a ironia se estabelece no conselho da amiga de repassar o incomodo valor ao traído barão. A título de indenização e em forma de presente .

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