“Sciens Jesus quia venit hora ejus, ut transeat ex hoc mundo ad Patrem: Sabendo Jesus que era chegada à hora de passar deste mundo ao Padre. — Isto disse o evangelista, falando dos mistérios da última Ceia, em que Cristo, com o maior prodígio da sua humildade, e com o maior milagre da sua onipotência, manifestou aos homens qual era o extremo com que os amava”. Padre Antônio Vieira.
A oração das dezoito horas tocava no rádio. Isa apreciava a prece cantada sem entender palavra, mas um dia sua mãe lhe explicou que era latim, a língua dos romanos. Idioma antigo conservado em alguns missais e cerimônias da Igreja. A mãe de Isa explicou num misto de professora e mãe. A menina não entendia a oração por se tratar de uma língua morta.
Entretanto, a menina não compreendeu bem os esclarecimentos de sua mãe . As palavras da hora do anjo para ela faziam parte de um cântico belo, que a fascinava profundamente. Era um momento mistico onde ela podia sentir uma leva brisa, uma inexplicável paz.
Como pode estar morta se ainda cantam? Perguntava-se a menina.
A menina não largou o costume de todas as tardes vir correndo do fundo do quintal para ouvir a prece.
- Gracia plena, Maria Gracia plena, Benedict tato... Isa repetia de olhos fechados, apoiando o rosto com as mãos e posicionada em frente ao antigo aparelho de rádio sintonizado na AM.
Como devia ser bonito o tempo dos anjos. Os anjos louvavam assim cantando... Pensava a menina.
A avó observava contente a devoção infantil e explicava a Isa que aquela oração era a mesma Ave Maria que elas rezavam antes de dormir.
A menina gostava mesmo era da música que tornava a simples prece num sublime momento e a acalmava. Imaginava o céu, seus lindos campos e seu anjo da guarda. Ela queria que o seu anjo viesse vê-la. Os anjos de Isa tinham rostos pueris e assas douradas, iguais aos anjos barrocos das igrejas de Ouro Preto. Bem, talvez, refletia a menina, nem todos os anjos fossem daquele jeito.
Alguns deviam ser gorduchos e sardentos outros morenos. Devia ter anjos compridos e anjos velhos.
O mais próximo de uma figura angélica que Isa podia acreditar era a sua avó.
A menina via a avó penteando os cabelos longos iluminado-se, ela definitivamente não possuía assas, todavia, Isa via a avó com tal ternura que esta ótica a transmutava em uma figura angelical. Para Dona Isabel o anjo era Isa.
LIndo Aline
ResponderExcluirOlha, esquecestes de colocar teu email lá no sorteio do blog...hehhe
bjus
oi Aline,
ResponderExcluirentao eu faço a unha no salão e como la ela nao tem esse tipo de esmalte nunca usei sabe
beijo
Grasi